quinta-feira, 29 de março de 2012

Acupuntura e Educação à Distância – Em Busca de um Modelo Possível

* Artigo apresentado no Simpósio Internacional de Acupuntura WFAS em novembro de 2011.
**Paulo Frederico Medeiros Clementino

INTRODUÇÃO
Durante muito tempo a principal forma de se aprender a acupuntura foi através da relação mestre-aprendiz. Tal relação baseia-se na transmissão do conhecimento que parte de um detentor do saber para um receptor que o assimila.
Sobre esta questão, Ke-Ji Chen chama a atenção para o fato que ainda hoje, muitas pessoas acreditam ser este o melhor método de ensino da acupuntura, do que o autor discorda. Em seu artigo “The Modern Curriculum For Teaching Chinese Medicine And Relationship With Western Medicine Teaching” é destacada a necessidade de currículos relevantes às questões práticas e complacentes com as situações reais da vida cotidiana.
Atualmente, o ensino da acupuntura não se concentra na figura dos mestres que detém o saber, mas em universidades e centros de formação especializados que oferecem diversos formatos de cursos.
Xue aborda em sua produção “Comparison of Chinese Medicine Education and Training in China and Australia” importantes aspectos sobre o perfil do acupunturista que se pretende formar na atualidade. Tomando por base a Beijing University Chinese Medicine (BUCM), o autor salienta que a missão desta instituição é produzir graduados que adquiram uma base sólida nas teorias básicas, conhecimentos e habilidades necessárias para a prática da medicina chinesa, profissionais inovadores e críticos, que saibam administrar a própria carreira, além de investir na educação continuada, sendo adaptáveis às necessidades de mudanças que a sociedade apresenta .
A preocupação com a qualidade do ensino da acupuntura é de suma importância, quando se discute o perfil do profissional que se pretende formar e a qualidade da produção científica almejada.
Neste sentido, CIGNOLINI (1990) chama a atenção para as deficiências no ensino e na difusão da acupuntura. A pouca atenção dada às estratégias pedagógicas para a docência em acupuntura pode reforçar a crença de que “quem sabe, sabe ensinar”, o que acaba por “determinar a reprodução dos mesmos conteúdos e procedimentos de ensino utilizados na formação profissional por décadas” (MASETTO, 2003) .

Diante desta realidade, questiona-se o modelo baseado na mera transmissão de conteúdos e se o mesmo seria suficiente para se atingir as qualidades necessárias para o exercício da acupuntura na contemporaneidade. Autores da área da educação afirmam que esse modelo encontra-se ultrapassado para atender as demandas da sociedade moderna (MORIN, 2000) .

Piaget (1988a, p. 61) afirma que "o objetivo da educação intelectual não é saber repetir ou conservar verdades acabadas [...], mas sim levar o aluno a construir conhecimento, apresentando situações problemas a serem resolvidas, acreditando-se, assim, possibilitar aos alunos uma autonomia moral e intelectual”. Este é o perfil do acupunturista que se deve almejar.

OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é oferecer subsídios para a reflexão sobre questões relevantes ao planejamento, desenvolvimento, implementação e avaliação de iniciativas de educação à distância (EAD) no contexto da formação profissional do acupunturista.

Orientado pelos Referenciais De Qualidade Para A Modalidade De Educação Superior A Distância no Brasil , busca-se traçar um esboço de educação à distância que atenda às especificidades da acupuntura, considerando um grande número de iniciativas e pesquisas recentes nessa área sobre novas metodologias de ensino centradas no aluno, na resolução de problemas e no aprendizado contínuo. (BRIANI, 2001)

A fim de se explicitar o perfil do profissional que se pretende formar, almeja-se apreciar os modelos de cursos de acupuntura à distância oferecidos atualmente no Brasil e contrastá-los com as normas existentes para a modalidade.
Ademais, cumpre analisar a Educação Médica Continuada (EMC) à Distância, de forma a promover a reflexão sobre modelos de cursos práticos na área da saúde já consolidados, que podem servir de inspiração para os cursos de educação continuada em acupuntura.
Sem a pretensão de esgotar o assunto, busca-se abrir caminhos possíveis para se adequar estes cursos aos princípios legais e éticos que devem permear o ensino da acupuntura.


METODOLOGIA
Através da revisão bibliográfica, abordada de forma qualitativa e exploratória, buscou-se determinar o “estado da arte” da educação à distância e sua aplicação na aprendizagem da acupuntura. Para o levantamento dos dados foram utilizados materiais didático-pedagógicos em EAD, acupuntura e Educação Médica Continuada à distância, impressos e digitais. A busca por materiais no formato digital se deu através do site de buscas Google Acadêmico .
Para a pesquisa sobre a oferta de cursos de acupuntura à distância, utilizou-se palavra chave no buscador “curso de acupuntura à distância”, restringindo a busca somente ao território brasileiro. O material foi analisado tendo por base o Referencial De Qualidade para a Modalidade De Educação Superior à Distância no Brasil . Selecionou-se, a partir de amostras não probabilísticas intencionais, instituições de ensino que oferecessem cursos de acupuntura também na modalidade presencial, com infra-estrutura para aulas práticas.

Para a pesquisa do modelo de curso de EMC à distância utilizou-se como referência o “Programa de Educação Médica Continuada” da Associação Médica Brasileira , pela experiência já consolidada na oferta de cursos na área da saúde que envolve atividade prática.

Finalmente, buscou-se contrastar o modelo expresso nos Referenciais de Qualidade para a Modalidade De Educação Superior à Distância no Brasil com os modelos de cursos existentes de acupuntura à distância, avaliando e identificando deficiências e propondo caminhos possíveis.


RESULTADOS
A partir da definição de EAD e da adoção do referencial epistemológico construtivo-interacionista para o desenvolvimento de cursos de acupuntura à distância, destaca-se as seguintes questões:

• A concepção de educação proposta atende aos critérios exigidos pelos Referenciais de Qualidade para a Modalidade De Educação Superior à Distância no Brasil, que perpassam por permitir ao aluno relacionar, investigar, problematizar, construir o conhecimento a partir da interação, adequando-se ao ensino da acupuntura.
• Os materiais didáticos compreendem diversos tipos de mídia: impressas, digitais e audiovisuais, com especial atenção aos objetos de aprendizagem, o uso da realidade virtual, a postagem de vídeos e a utilização de videoconferência. Tais recursos são um complemento às atividades práticas, ainda que não as substitua. Assim, apresentam-se apropriados para viabilizar cursos de acupuntura à distância.
• A presença do tutor auxilia, em concordância com a concepção de educação adotada, o desenvolvimento de uma atitude autônoma por parte do aluno, instigando-o a utilizar os recursos tecnológicos disponíveis para promover a comunicação e a interatividade, o que difere de auto-instrução.
• Em um curso de acupuntura à distância, o tutor deverá ser um especialista na área e, de preferência, com formação em educação à distância ou correspondente.
• Não basta transpor os materiais impressos de cursos presenciais de acupuntura para a modalidade à distância, é preciso que sejam estruturados em linguagem dialógica, ou seja, estabelecendo-se uma comunicação com o aluno próxima à oralidade.
• A plataforma de aprendizagem (Ambiente Virtual de Aprendizagem) Moodle permite a criação de cursos de acupuntura para além da transmissão de conteúdos, promovendo a discussão de estudos de casos nos fóruns, postagens de vídeos com posterior acompanhamento pelo tutor, chats temáticos, postagens de atividades avaliativas, dentre outros recursos, sempre com alto grau de interação.
• A plataforma permite avaliar o aluno durante todo o processo e não apenas ao final de cada módulo, oferecendo dados importantes sobre o comportamento de estudo do aluno. Atende assim ao requisito de promover o permanente acompanhamento dos estudantes, no intuito de identificar eventuais dificuldades na aprendizagem e saná-las ainda durante o processo de ensino-aprendizagem.
• A comunicação oferecida pela plataforma de aprendizagem no modelo proposto atende ao princípio da interação e da interatividade, valendo-se de meios síncronos (chat, 0800 , videoconferência) e assíncronos (e-mail, fórum).
• São obrigatórios os encontros presenciais para cursos de pós-graduação à distância, sendo oitenta por cento (80%) de sua carga horária desenvolvida à distância e vinte por cento (20%) em atividades presenciais. Para cursos livres e educação continuada, orienta-se que sejam seguidos os mesmos critérios. Embora os já mencionados Referenciais sejam regulatórios apenas para a educação superior, o conteúdo desenvolvido tem por objetivo servir de base de reflexão para a elaboração de referenciais específicos para os demais níveis educacionais que podem ser ofertados à distância .
• Nas áreas do conhecimento científico fortemente baseado em atividades práticas, como a acupuntura, as instituições de ensino que venham a ministrar cursos dessa natureza deverão possuir laboratórios (ambulatórios) de ensino nos pólos de apoio presencial.


Sobre a análise da Educação Médica Continuada (EMC) à Distância destaca-se as seguintes considerações:

• É realizado através de um ambiente virtual de aprendizagem, embora seja pouco explorado para a interação.
• Ressalta a importância do diálogo entre três áreas do conhecimento– saúde, tecnologia e educação - em favor da maior consistência das propostas pedagógicas.
• Embora muito tendente à auto-instrução, permite a criação de cursos com relativa complexidade prática.
• Os cursos são “acreditados” por sociedades e associações de classe.

Sobre os cursos de acupuntura à distância oferecidos no Brasil atualmente:

• Foram analisadas três instituições que apresentavam o curso de acupuntura também na modalidade presencial.
• A primeira instituição analisada oferece a acupuntura à distância no modelo de educação continuada (curso livre). Os encontros presenciais para a prática são optativos e acontecem nos meses de janeiro e julho. Em caso de dúvida, os alunos são atendidos por telefone ou e-mail. A formação acontece de forma auto-instrutiva, através de recurso audiovisual (DVD).
• A segunda instituição disponibiliza o curso no modelo de especialização. A tutoria é realizada através do telefone e e-mail. Os encontros presenciais são obrigatórios e acontecem na própria instituição. A interação entre os estudantes ocorre somente nos encontros presenciais, sendo a parte teórica auto-instrutiva. Não foram encontradas informações sobre o material didático.
• A terceira instituição oferece a chamada “formação de acupunturistas”, não se constituindo uma especialização nem uma formação técnica, mas uma habilitação profissional para o exercício da acupuntura. A interação acontece a partir de grupos de estudos no Yahoo grupos. Os materiais didáticos incluem textos, slides e vídeos. Em alguns momentos são utilizados recursos síncronos como a videoconferência. É um curso realizado totalmente à distância, não havendo encontros presenciais obrigatórios ou opcionais para a prática.


DISCUSSÃO

Os Referenciais de Qualidade para a Modalidade De Educação Superior à Distância no Brasil constituem um conjunto de definições e conceitos de modo a, de um lado, garantir qualidade nos processos de educação à distância e, de outro, coibir tanto a precarização da educação superior, verificada em alguns modelos de oferta de EAD, quanto a sua oferta indiscriminada e sem garantias das condições básicas para o desenvolvimento de cursos com qualidade. Embora não seja regulatório para os cursos de extensão, de educação continuada ou livres, o conteúdo desenvolvido tem por objetivo servir como base de reflexão para a elaboração de referenciais específicos para os demais níveis educacionais que podem ser ofertados a distância e que possam proporcionar, no caso dos estudantes de acupuntura a oportunidade de interagir, de desenvolver projetos compartilhados, de reconhecer e respeitar diferentes culturas e de construir o conhecimento.

Percebe-se nos cursos existentes de acupuntura à distância a carência de uma concepção de educação que possa nortear a organização do seu currículo e o seu desenvolvimento.
CIGNOLINI (1990) já havia abordado esta questão no ensino presencial da acupuntura, de maneira que o que tem sido oferecido na modalidade à distância é a transposição das antigas práticas de ensino.

Também o uso inovador da tecnologia aplicado à educação e, mais especificamente, à educação à distância deve se apoiar em uma filosofia de aprendizagem e não apenas na auto-instrução, que acaba por gerar uma visão fragmentada do conhecimento. (MORIN,2000)

Percebe-se que a falta de regulamentação da acupuntura no Brasil tem criado um cenário propício para a propagação de cursos à distância em desacordo com as Diretrizes Curriculares para o Ensino Superior e os Referenciais De Qualidade Para Educação Superior A Distância. Em alguns casos, tal fato cria um desserviço tanto para a modalidade de educação, quanto para a Acupuntura e para a população que dela necessita. Pôde-se constatar a existência de um curso de formação cuja prática é totalmente negligenciada. De acordo com o Código de Ética do Acupunturista, tal constatação vem contra os princípios de “assumir seu papel no estabelecimento de padrões desejáveis ao ensino e ao exercício da acupuntura”. (CRAERJ, XI pág 2.)

Os três cursos apreciados mantêm uma forte tendência ao Instrucionismo , e dão demasiada ênfase às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), sem o devido acompanhamento pedagógico e promoção da interação.

Observou-se uma deficiência no uso das modalidades comunicacionais síncronas e assíncronas, principalmente ao não oferecer interação em tempo real entre docentes, tutores e estudantes, com o intuito de criar condições que minimizem a sensação de isolamento, apontada como uma das causas de perda de qualidade no processo educacional e um dos principais responsáveis pela evasão nos cursos à distância .

Salienta-se a necessidade de criação de uma equipe multidisciplinar para o desenvolvimento de materiais didáticos, tutoria e gestão dos ambientes virtuais de aprendizagem para cursos de acupuntura à distância. A equipe deve ser composta por especialistas em acupuntura, especialistas em EAD, desenho instrucional e web design.

A ausência do ambiente de aprendizagem virtual em todos os cursos de acupuntura à distância pesquisados constata a precariedade da interatividade entre os envolvidos, enfatizando o estudo individual, o que não possibilita a formação profissional que se almeja para os futuros acupunturistas.

Considerações Finais

Muito se avançou no desenvolvimento do ensino da acupuntura nos últimos tempos. A nova visão da formação profissional acompanha a necessidade de uma nova visão do processo de aprendizagem e a acupuntura insere-se neste contexto, buscando a formação de um profissional inovador e crítico, com habilidade necessária para o exercício da sua prática e preparado para as constantes mudanças que a sociedade apresenta.

Através da revisão bibliográfica, buscou-se discutir se o modelo pedagógico tradicional, baseado na transmissão de conteúdos, atenderia aos objetivos de proporcionar aos estudantes a oportunidade de interagir, desenvolver projetos compartilhados e de construir o conhecimento, condições necessárias para o desenvolvimento da autonomia. Constatou-se que os problemas de ensino e difusão da acupuntura apontados por CIGNOLINI (1990) refletem a pouca atenção dada às estratégias pedagógicas para a docência, sendo constatado também na educação à distância ofertada.

A EAD mostrou-se uma modalidade de educação importante ao democratizar o acesso ao conhecimento e a formação profissional contínua. Baseada em princípios epistemológicos sólidos, a modalidade vem se desenvolvendo tanto no aspecto pedagógico quanto tecnológico, de maneira que o debate crítico sobre um modelo curso de acupuntura à distância que atendesse às exigências legais e metodológicas se mostrou necessário. Diante da proliferação da oferta de cursos à distância de acupuntura que não atendem aos referenciais de qualidade propostos, torna-se importante discutir um modelo de aprendizagem que preencha tais requisitos, com o intuito de resguardar a formação de qualidade. Observou-se que a simples transposição do conteúdo e das práticas presenciais para a modalidade à distância não é possível, devendo-se atentar para as condições que a EAD exige.

Destacou-se a importância do referencial epistemológico para o desenvolvimento de cursos de qualquer natureza, seja presencial ou à distância. É a partir dele que se planeja a relação que irá se estabelecer entre tutores e alunos, o planejamento das atividades, a interação, a avaliação, a seleção de materiais e o desenvolvimento dos mesmos. A prática em acupuntura, orientada a partir deste referencial, mostrou-se viável mesmo na modalidade à distância, não se limitando aos encontros presenciais programados, mas também por recursos didáticos que simulam artificialmente aspectos da ação prática, promovendo uma aprendizagem interativa e colaborativa muito próxima da realidade e que muito pode acrescentar no ensino da acupuntura, tanto presencial, quanto à distância.

Por fim, percebe-se a viabilidade de uma vasta aplicação do ensino da acupuntura à distância na educação continuada. O modelo médico EMC à distância mostra ser possível que áreas correlatas em grau de complexidade da saúde assumam esses formatos de cursos. Para isso, torna-se necessário uma equipe multidisciplinar e um planejamento pedagógico em conformidade com as exigências da modalidade à distância.

Conclui-se ser necessário um mecanismo de “acreditação” de cursos à distância para a acupuntura, expedidos por associações e sociedades nacionais e internacionais, para que os critérios de qualidade sejam garantidos. Ações nesse sentido podem auxiliar o futuro acupunturista a buscar cursos certificados que ofereçam uma garantia de excelência da formação.

Ficam assim abertas as possibilidades desta modalidade, não havendo a pretensão de se definir um único modelo possível, mas oferecer subsídios para a produção de futuros trabalhos na área.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

GESTÃO DO PROCESSO SELETIVO UNISINOS EAD

GESTÃO DO PROCESSO SELETIVO UNISINOS EAD
Paulo Frederico Medeiros Clementino
PIGEAD
Gestão de cursos a distância
Forum temático 6 – grupo 22
De acordo com a postagem da colega Dora Anchieta de Freitas, em sua participação no Fórum sobre os diferentes tipos de gestão, o Processo Seletivo de uma instituição privada tem por função captar, selecionar e qualificar interessados em compor o quadro discente. Além disso, deve representar uma importante etapa do processo de integração com a comunidade em que se insere, sendo organizado em consonância com os parâmetros desta; ter por objetivo a inclusão social, possibilitando a participação de todos os interessados.
A Gestão do Processo Seletivo tem, entre outras, a importante função de divulgar a Instituição, seus valores e resultados, a fim de promover o ingresso consciente e a permanência do discente.
A instituição escolhida para análise foi a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Herdeira de quase cinco séculos de tradição, a universidade concentra cerca de 30 mil estudantes em cursos de graduação, pós-graduação e extensão, e integra uma rede de 200 instituições jesuítas de ensino superior em todo o mundo. A Unisinos é a primeira universidade da América Latina a conquistar a certificação ISO 14001. Essa certificação internacional atesta os procedimentos corretos da instituição com relação ao meio ambiente.
A universidade possui um corpo docente formado por profissionais e acadêmicos de destaque em suas áreas. Cerca de 89% dos professores da Unisinos são mestres e doutores (porcentagem superior à média nacional).
De acordo com as informações do site, a Unisinos Educação a Distância atua na promoção de cursos com mediação virtual, que buscam desenvolver um ensino qualificado baseado na troca de conhecimentos entre os participantes. A universidade oferece cursos de graduação, especialização, MBA e extensão, reconhecidos pelo Ministério da Educação – MEC.
Além da análise da gestão do processo seletivo, algumas informações relevantes sobre a gestão de uma forma geral são apresentadas a título de ilustração.
Os pólos presenciais, por exemplo, são oito, espalhados pela região Sul do Brasil, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tomando-se o Pólo Canoas – colégio Maria Auxiliadora - como referência, nota-se a oferta de oito cursos, a maioria de graduação tecnológica, na área administrativa.
De acordo com o Referencial De Qualidade Para A Modalidade De Educação Superior A Distância (MEC) o que é informado no site da instituição, parece cumprir algumas das exigências do documento norteador da EAD. Segundo informações, o colégio conta com modernas instalações com amplas salas muito bem iluminadas e ventiladas. Os laboratórios, além das mesmas características das salas, possuem ambiente climatizado, equipamentos de alto desempenho ligados em rede e espaços próprios para estudos com computadores portáteis.

Sobre a Gestão do Processo Seletivo, a instituição dispõe de um manual que pode ser acessado pelo site www.unisinos.br/vestibular. No caso dos cursos a distância, a escolha do Pólo é feita no dia da inscrição, de acordo com a oferta do curso nesse Pólo. As inscrições e impressão do boleto bancário também podem ser realizadas nas secretarias dos Pólos de Apoio Presencial.
Há o aproveitamento de notas do Enem, feito conforme a opção de inscrição do candidato no Processo Seletivo: aproveita-se apenas a nota da prova de redação do Enem no caso de o candidato prestar vestibular para um curso de Graduação a Distância.

Para concorrer a uma vaga em um dos cursos de Graduação a Distância, o candidato deve fazer essa escolha no formulário de inscrição online, optar por um dos Pólos e, em seguida, selecionar uma das duas opções de inscrição para os cursos dessa modalidade de ensino:
• Processo Seletivo Geral (prova de redação)
• Processo Seletivo com Aproveitamento da Nota de Redação do Enem
(sem prova de Vestibular)

Quando escolhe um curso de Graduação a Distância, o candidato, automaticamente, vincula-se a um Pólo. Isso quer dizer que, nos momentos em que houver avaliações presenciais ou necessidade de uso da estrutura física, como biblioteca, laboratório, salas de aula, será preciso que ele se desloque até o local.

As vagas destinadas a cada curso e Pólo são preenchidas pelos candidatos de acordo com sua opção de inscrição, segundo os critérios de seleção e de classificação, pela ordem decrescente da nota da prova de redação (da Unisinos ou do Enem).

Para o preenchimento das últimas vagas de qualquer curso, de acordo com a opção de inscrição, é considerada, primeiramente, a nota mais alta obtida na prova de redação; finalmente, valendo para qualquer curso, permanecendo o empate, é classificado o candidato de maior idade.

Para os cursos de Graduação a Distância, o Vestibular é realizado nos Pólos Unisinos de Educação a Distância. No dia da prova, fiscais de recepção, presentes nos Pólos, indicam a sala de realização da prova do Vestibular.

As vagas para a EAD oferecidas pelo processo seletivo são:

Unisinos Educação a Distância:
Polo Canoas (5916) – Noturno – 50 vagas
Polo Porto Alegre (5947) – Noturno – 50 vagas
Polo Caxias do Sul (5977) – Noturno – 50 vagas
Polo Santa Maria (5967) – Noturno – 50 vagas
Polo Florianópolis (5921) – Noturno – 50 vagas
Polo Curitiba (5931) – Noturno – 50 vagas

Na oferta a distância, as atividades síncronas (encontros virtuais) ocorrem de segunda a quarta-feira à noite, e as avaliações presenciais, aos sábados, nos turnos da manhã e da tarde.Tal decisão vai de encontro a preocupação com o perfil do aluno da EAD, oferecendo horários e dias flexíveis para deslocamento e participação.

Nos cursos de Graduação e de Graduação Tecnológica da modalidade a distância, a renovação da matrícula é semestral, e há obrigatoriedade de matrícula mínima em 16 (dezesseis) créditos a cada semestre.

Referência bibliográfica:

MANUAL DO CANDIDATO. Produzido pela Unidade Acadêmica de Graduação.
Editoração eletrônica: Rafael Tarcísio Forneck. Impresso em papel Reciclato pela
Impressos Portão Ltda. Disponível em: http://www.unisinos.br/vestibular/files/manual_vestibular_2011-2.pdf

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O que é blog?



Blog é uma página interativa que permite publicações em forma de diário por ordem cronológica. É uma ferramenta de fácil utilização, que não exige conhecimentos de programação o que facilita a sua publicação. É um laboratório de escrita criativa e colaborativa on-line cujo objetivo principal é oferecer a comunidade de leitores e escritores trocar experiências e saberes através da interação dos diversos participantes. De acordo com Kolbitsch & Maurer (2006), o termo blogosfera refere-se a uma rede de blogues ligados entre si. Uma das potencialidades dos blogues é o fato de os artigos poderem ser comentados por outras pessoas. Trata-se de um meio de comunicação coletivo que promove a criação e consumo de informação, provocando a reflexão pessoal e social sobre variados temas (González, 2005).


Referências bibliográficas:
Kolbitsch, J., Maurer, H., (2006), The Growing Importance of e-Communities on the Web, Lecture Notes in Business Information Processing, Volume 1, Part 1 (Web Information Systems and Technologies), pp. 19-37. Disponível em: [http://www.kolbitsch.org/research/papers/2006-Springer-The_Grow ing_Importance_of_eCommunities.pdf]


Gonzaléz, F. (2005). Herramientas colaborativas para la enseñanza usando tecnologías web: weblogs, wikis, redes sociales y web 2.0. Disponível em: [http://gabinetedeinformatica.net/descargas/herramientas_colabora tivas2.pdf]


Continua...Próxima postagem: Qual a importância do uso do Blog em EAD?

Qual a importância do uso do Blog em EAD?

Oferecem múltiplas opções de atividades tanto ao aluno quanto ao professor. É possível fazer o intercâmbio com várias entidades (educativas), com turmas, para debater temas, publicação de textos e opiniões favorecendo a produção escrita e a leitura. É uma ferramenta com grande poder de comunicação, socialização e construção de conhecimentos. Estimulam a construção de redes sociais e redes de saberes entre os alunos. A partir da criação de Blogues o estudante pode pesquisar, analisar, refletir e encontrar soluções para resolver problemas, ao mesmo tempo que se apropria das tecnologias digitais. O ensino/aprendizagem através dos Blogues, também possibilita a interação entre os sujeitos, o trabalho cooperativo e colaborativo, formando uma rede de novos conhecimentos, que ao serem publicados, partilhados e analisados entre os formandos, poderão desenvolver a auto-estima e a autonomia.


Referência bibliográfica:


 Gonçalves,Hilda Pinto -  BLOG Uma Ferramenta do Ensino à Distância - Disponível em: http://www.slideshare.net/hildapinto/blog-uma-ferramenta-do-ead
Acessado em 05/05/2011


Continua...Próxima postagem:  Vantagens dos blogues no ensino

Vantagens dos blogues no ensino

Vantagens dos blogues no ensino

Dispõe de um espaço online que lhe permite arquivar os conteúdos da sua prática profissional;


Facilitam a comunicação e a interação;


Permitem a publicação de vários materiais de apoio aos estudantes;


Vantagens dos blogues no ensino - Na perspectiva do professor


Facilitam a concretização de projetos;


Permitem oferecer aos estudantes uma série de auxiliares de estudo;

Podem construir um diário pessoal contendo reflexões sobre os estudos realizados;

Permitem a partilha de conhecimento e a respectiva gestão;

Permitem a elaboração de um e-book;

Vantagens dos blogues no ensino - Na perspectiva do aluno

Proporcionam a entrega e revisão de trabalhos de grupo;


Podem ser dinamizados como espaços de diálogo para trabalho de grupo;


Desenvolvem portfólios e permite a partilha de vários recursos;


Referência Bibliográfica: O uso do blog como estratégia de ensino http://www.slideshare.net/guest31abf0/o-uso-do-blog-como-estratgia-de-ensino-3836179
Acessado em 05/05/2011


Continua...Próxima postagem:  A importância das ferramentas Web 2.0 em EAD

A importância das ferramentas 2.0 em EAD

As ferramentas Web 2.0 caracterizam-se pela possibilidade dos seus utilizadores criarem e recriarem conteúdos, em espaços sociais, interativos que se adaptam às preferências dos utilizadores. O potencial das ferramentas Web 2.0 na aprendizagem é referido por diversos autores entre os quais destaca-se Downes (2004), Alexander (2006), Beldarrain (2006), Seitzinger (2006) e Anderson (2007). Estes autores apontam para as possibilidades de autoria, partilha e construção colaborativa do conhecimento, em espaços sociais, proporcionadas por estas ferramentas.




Segundo Morgado (2005: 99)(...) ao introduzir o grupo como nova dimensão da interacção no ensino a distância, o ensino online permite que os diferentes tipos de interacção se concretizem no mesmo contexto e realiza, no mesmo passo, uma viragem para a dimensão social da comunicação e da aprendizagem. Pela primeira vez, podem ser equacionados modelos e perspectivas de natureza construtivista, até aqui ausentes ou de difícil aplicação nas gerações anteriores de ensino a distância, deslocando-se a perspectiva de um processo de ensino aprendizagem individualizado, assente na auto-aprendizagem, cognitivamente orientado, para uma abordagem mais social do conhecimento.”

Referência Bibliográfica:


A Alexander, B. (2006). Web 2.0: A new wave of innovation for teaching and learning. EDUCAUSE Review. Vol. 41, No. 2, p. 32–44. EDUCAUSE: Boulder, USA. Disponível em: [http://www.educause.edu/apps/er/erm06/erm0621.asp]


Anderson, P. (2007). What is Web 2.0? Ideas, technologies and implications for Education, JISC Technology and Standards Watch. Disponível em: [http://www.jisc.ac.uk/media/documents/techwatch/tsw0701b.pdf]


Beldarrain, Y. (2006). Distance Education Trends: Integrating new technologies to foster student interaction and collaboration, Distance Education, 27:2, 139 – 153. Disponível em: [http://dx.doi.org/10.1080/01587910600789498]


Downes, S. (2004a). Educational blogging. Educause. Disponível em: [http://www.educause.edu/ir/library/pdf/ERM0450.pdf]


 Seitzinger, J. (2006). Be Constructive: Blogs, Podcasts, and Wikis as Constructivist Learning Tools. Educause. Disponível em: [http://www.elearningguild.com/pdf/2/073106DES.pdf]




Continua... Próxima postagem:  Design Didático e a criação de Blogues para a EAD

Design Didático e a criação de Blogues para a EAD

Design Didático e a criação de Blogues para a EAD
Um blogue é uma página Web onde o autor (ou grupo de autores) escreve artigos (posts) que podem incluir materiais tais como texto, hiperligações, imagens, áudio e vídeo. No que se refere à sua utilização educacional, nos últimos anos são cada vez mais as experiências da sua utilização e a referência das boas práticas na literatura da especialidade entre as quais se encontram, por exemplo, Cruz & Carvalho (2006), Gomes & Silva (2006), Carvalho (2007).

Papel do tutor nesse processo - a utilização da tecnologia por si só não é suficiente para promover a aprendizagem. O papel do professor ou do tutor é o de acompanhar os alunos. Para além do papel de facilitador da aprendizagem, há que ter em consideração todo o planejamento da atividade, recorrendo às ferramentas Web 2.0. Assim, o professor ou o tutor deverá criar o espaço e torná-lo acessível, planejar tarefas de socialização e de construção do conhecimento, acompanhar a evolução do contexto e desenhar novas tarefas de acordo com esta evolução, e concluir sobre todo o contexto de acordo com os objetivos iniciais previamente definidos.
Referências Bibliográficas:


Gomes, M. & Silva, A. (2006). A blogosfera escolar portuguesa: contributos para o conhecimento do estado da arte. Revista Prisma, nº 3, Outubro, pp. 289-309. Porto.


Cruz, S. & Carvalho, A. (2006a). Weblog como Complemento ao Ensino Presencial no 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico. Revista Prisma.com - Revista de Ciências da Informação e da Comunicação do CETAC, pp. 64 - 87.


Carvalho, A. A. (2007). Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário. Dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 3, pp. 25-40. Disponível em: [http://sisifo.fpce.ul.pt/pdfs/sisifo03PT02.pdf]


Continua... Próxima Postagem: Design e seus elementos aplicados à criação de Blogs